terça-feira, 28 de abril de 2009

Fale com Arnaldo Vicente


Psicólogo Arnaldo Vicente (CRP 06/24020-4) Diretor do Centro de Terapia Cognitiva de Bauru é Especialista em Terapia Cognitiva e Professor e Supervisor do Curso de Especialização em Terapia Cognitiva, desde 2002, no Instituto de Terapia Cognitiva de São Paulo;Vice - Presidente da ABPC – Associação Brasileira de Psicoterapia Cognitiva;Idealizador e Responsável pelo site (www.ctcbauru.com.br) do Centro de Terapia Cognitiva de Bauru, criado em março de 2003.www.ctcbauru.com.br - arnaldo@ctcbauru.com.br

Fale com Beck, criador da TC


Uma situação não determina como nos sentimos, mas sim a maneira como a construímos.
Aaron T. Beck - Criador da Terapia Cognitiva.
Contato: Beck Institute for Cognitive Therapy and Research
One Belmont Avenue, Suite 700
Bala Cynwyd, Pa 19004-1610
Phone: (610) 664-3020
Fax: (610) 664-4437
Email: beckinst@gim.net

Fale com Judith S. Beck, autora de Pense Magro e de outros livros de TC.


(Tradução: Carla Andréa Serra. Transcrito, com permissão da autora, do boletim “Advances in Cognitive Therapy”, edição Julho de 2006, uma publicação conjunta da ACT – Academy of Cognitive Therapy e da IACP – International Association of Cognitive Psychotherapy)
Quem é um Terapeuta Cognitivo?
Sempre que ofereço um workshop, eu pergunto aos presentes quem se considera um terapeuta cognitivo, quem é inexperiente com a terapia cognitiva, e quem utiliza algumas das técnicas da terapia cognitiva no tratamento clínico. Quinze ou vinte anos atrás, somente 10% da platéia se consideravam um terapeuta cognitivo. Atualmente, mais de 75% o fazem. Enquanto que essa porcentagem representa um aumento surpreendente, eu não necessariamente a considero inteiramente como uma boa notícia. Tenho descoberto que a minha definição de um terapeuta cognitivo freqüentemente não reflete a definição adotada pela maioria do meu público.

Ao longo de cada workshop, eu periodicamente e casualmente peço aos participantes que levantem sua mão caso eles façam o seguinte: 1) checar o humor do paciente de alguma forma, no início de cada sessão. 2) Estabelecer uma agenda próximo ao início de cada sessão. 3) Colaborativamente determinar lições de casa em cada sessão. 4) Pedir um feedback.

Esses elementos da sessão de terapia meramente refletem, obviamente, o mínimo em termos de fundamentos estruturais de tratamento. No entanto, apenas cerca de 10% dos terapeutas presentes em meus workshops, que se identificaram como terapeutas cognitivos, seguem esses itens tão básicos. Sua definição de um terapeuta cognitivo tende a ser aquele terapeuta que questiona o pensamento dos pacientes.

Quando perguntam sobre a minha definição de um terapeuta cognitivo, respondo que no mínimo, terapeutas cognitivos fazem o seguinte: 5) Eles continuamente conceituam o paciente e suas dificuldades de acordo com o modelo cognitivo e usam essa conceituação para planejar o tratamento ao longo das sessões e durante cada sessão em particular. 6) Eles continuamente trabalham em prol do desenvolvimento e manutenção de uma forte aliança terapêutica. 7) Eles coletam dados no início das sessões e conceituam os problemas dos pacientes a fim de colaborativamente estabelecer e priorizar uma agenda com o paciente. 8) Eles ativamente promovem a resolução de problemas e o acompanhamento do processo através de tarefas de casa estabelecidas colaborativamente (as quais freqüentemente são de natureza cognitiva ou comportamental). 9) Eles utilizam uma grande variedade de estratégias para ajudar os pacientes a identificar, avaliar e responder a disfunções cognitivas chaves, a fim de promover uma melhora duradoura nas emoções, comportamento, e (freqüentemente) respostas fisiológicas. 10) Eles continuamente trabalham em direção à prevenção de recaídas. 11) Eles variam a implementação dos itens acima a fim de atender as necessidades individuais de cada paciente.

Esses elementos são necessários, é claro, mas não suficientes para garantir um tratamento eficaz. Terapeutas cognitivos devem, por exemplo, aprender a formulação cognitiva e intervenções cognitivas específicas para cada transtorno de que tratam. Colocar um foco primário nas cognições negativas sobre si mesmo, o mundo e o futuro (como fazemos na depressão), muito provavelmente não será eficaz para pacientes com transtorno de pânico (os quais necessitam de um foco primário em suas interpretações catastróficas de seus sintomas). Terapeutas devem variar suas intervenções de acordo com os níveis de desenvolvimento e habilidade intelectual dos pacientes, seu grau de motivação e envolvimento com o tratamento, sua confiança no terapeuta, sua habilidade para concentrar-se e focalizar sua atenção, seus estilos de aprendizagem, suas crenças culturais e muitos outros fatores.

O título deste artigo é "Quem é um Terapeuta Cognitivo?". Eu preferiria que a pergunta fosse colocada da seguinte forma "Quem é um Terapeuta Cognitivo Eficaz?". Uma importante parte da missão da Academia de Terapia Cognitiva é identificar profissionais de saúde mental que não apenas praticam a terapia cognitiva, mas os quais a praticam bem. Você tem idéias a respeito de como podemos divulgar o que a terapia cognitiva eficaz realmente é? Em caso afirmativo, por favor envie-me um e-mail para jbeck@beckinstitute.org e a ACT (Academy of Cognitive Therapy) tentará implementar suas sugestões. Necessitamos de sua ajuda!


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Judith S. Beck, PhD
President, Academy of Cognitive Therapy
http://www.academyofct.org

Este é o título do texto de Judith S. Beck, PHD, no site do ITC, que mostra como deve ser a atuação de um verdadeiro Terapeuta Cognitiva, corroborando plenamente tudo que vem sendo ensinado pelo ITC da Dra Ana Maria Serra e no CTCBauru. Veja também o texto do primeiro módulo sobre Terapia Cognitiva organizados pela Dra Ana Maria Serra e publicado pela revista Psicologia Brasil, já disponível no site do ITC.(http://www.itcbr.com/index.shtml)